A principal função de uma embalagem é proteger o produto contra danos físicos e mecânicos, sendo também uma barreira que impede que fatores externos o afetem. Entre as diferentes opções no mercado estão as embalagens flexíveis metalizadas, que são embalagens transparentes que passaram pelo processo de metalização de filmes.
Um estudo do Smithers Pira prevê crescimento desse mercado a uma taxa anual de 4,1%, um salto de 27,4 milhões de toneladas em 2017 para 33,5 milhões de toneladas até 2022. No mesmo período, as vendas totais que eram avaliadas em US$ 229 bilhões devem chegar a US$ 282,6 bilhões. O motivo? As vantagens das embalagens flexíveis: tempo de prateleira prolongado, redução de custos e economia com frete, entre outras.
O estudo demonstra, ainda, que os pouches, particularmente os stand-up pouches, são a categoria que mais cresce no mercado de embalagens flexíveis. Com máquinas mais velozes, mais versáteis e que oferecem melhores técnicas de vedação, a posição competitiva dessas embalagens vem melhorando ainda mais.
Entenda mais sobre as embalagens flexíveis metalizadas e seus benefícios para lojistas e consumidores. Boa leitura!
A metalização é o depósito de uma camada de alumínio sobre o filme transparente. Ela contribui como barreira ao oxigênio, ao vapor d’água, a vapores orgânicos e à luminosidade. Essa propriedade é de extrema importância para vários produtos, pois esses elementos podem comprometer diretamente a qualidade dos itens embalados (características sensoriais, visuais e nutritivas).
O depósito da camada de metal é feito usando uma máquina com sistema a vácuo. Essa mudança de atmosfera contribui para a vaporização do alumínio, uma vez que a transferência do material se dá pelo derretimento: um fio de alumínio é vaporizado para a superfície do filme e, com o auxílio de um cilindro resfriado, permanece fixado nele. Dessa forma, todo o material é desbobinado e, posteriormente, embobinado novamente já com a metalização.
A metalização da embalagem serve tanto como barreira quanto para ser utilizada em razão de seus aspectos visuais, que proporcionam brilho e aparência metálica à embalagem, o que chama a atenção dos consumidores quando o produto está na gôndola.
Os materiais flexíveis mais utilizados no processo de metalização são o politereftalato de etileno (PET) e o polipropileno biorientado (BOPP). Quando se comparam os filmes com e sem o depósito de alumínio, é possível perceber grande diferença nas barreiras de Taxa de Permeabilidade ao Vapor de Água (TPVA) e de Taxa de Permeabilidade de Oxigênio (TPO2).
Veja, a seguir, a tabela detalhada.
Filmes | TPVA (gH2O/m²/dia) | TPO2 (cm³O2/m²/dia) |
PET transparente 17 g/m² | 40 | 110 |
PET metalizado 17 g/m² | 1,5 | 1,5 |
BOPP transparente 18 g/m² | 7,5 | 2900 |
BOPP metalizado 18 g/m² | 0,5 | 100 |
A escolha do material depende muito da necessidade. Deve-se levar em conta tanto o produto a ser embalado como o tipo de envase que será feito. As estruturas mais utilizadas com filme flexível metalizado são:
No caso de necessidade de torção, como acontece com as embalagens para balas e pirulitos, é comum que se utilize o PPT metalizado com impressão externa.
Embalagens metalizadas são utilizadas em diversos tipos de produtos. Entre eles estão café, biscoitos, picolés, erva-mate, chocolates, balas, achocolatados, produtos químicos e farmacêuticos. Outra aplicação recorrente usa atmosfera modificada (também conhecida como processo a vácuo ou MAP).
Nesse processo, a atmosfera é substituída por uma mistura de gases de proteção (geralmente composta por dióxido de carbono, nitrogênio e oxigênio) apropriados ao produto e usados para conservar a forma, a cor e o frescor do produto. É bastante comum na preservação de frios, alimentos frescos, pães, massas e até produtos médicos.
Essa variedade de aplicações se deve ao fato de que as embalagens metalizadas podem ser utilizadas tanto em opção monocamada, como em estruturas multicamada (que agregam mais valor graças às barreiras proporcionadas e ao aspecto visual).
É comum que as embalagens metalizadas sejam utilizadas em substituição à folha de alumínio, já que as barreiras que elas possuem são suficientes. Além de ter custo mais baixo, o descarte do produto é mais viável.
Isso se deve ao fato de que a camada de alumínio aplicada é baixa, com cerca de 1/120 de espessura (se comparada a uma folha de alumínio de 6 micras). Assim, a embalagem pode ser reciclada com o material flexível do qual provém (o PET ou o BOPP), o que contribui para o meio ambiente.
Todas essas características tornam as embalagens metalizadas vantajosas tanto para o consumidor, como para o fabricante do produto a ser embalado — e isso acontece nos aspectos comercial, econômico e ambiental.
As soluções de embalagens flexíveis metalizadas devem ser adotadas em muitos segmentos. Entre eles, estão os de alimentos e de embalagens farmacêuticas (mercados em crescimento para filmes de deposição transparentes do tipo PET), bem como o de embalagens case-ready (filmes de alta barreira).
Os motivos para essa tendência de crescimento incluem, entre outros:
A NBR 13.230:2008, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), determina como a simbologia deve ser incluída em embalagens feitas com BOPP, metalizadas ou não. A diretriz recomenda que seja incluído o símbolo de reciclagem do PP com o número 5.
Essa é uma prática que contribui para a identificação das embalagens e a sua devida reciclagem. Quando o símbolo não é utilizado (ou quando o mesmo é aplicado de forma incorreta), a cadeia de reciclagem no pós-consumo acaba ficando prejudicada.
Além disso, existe a dificuldade de encontrar empresas que reciclam BOPP, conforme relatório produzido pelo Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea). Apesar de o BOPP ser tecnicamente reciclável, a baixa incidência do processo acontece em razão das dificuldades de lavagem e separação do material coletado após o consumo.